Por José Maria Silva, em Blog
A democracia não é um fim em si mesmo, mas um caminho para uma verdadeira libertação das amarras e das tutelas, que a democracia burguesa nos impõe e condiciona todos os dias, por palavras, atos e ações. Este caminho está a esgotar-se, como outros anteriores se esgotaram e projetaram novos caminhos, que a humanidade percorreu, transformando os cercos, muros e barreiras, em pontes de encontros, cooperação e fraternidade entre povos e nações.
Nesta fase da democracia que atravessamos, estamos ainda condicionados, cercados e tutelados, por senhores, clientelas partidárias e interesses instalados, que nos privam da liberdade efetiva e de uma democracia solidária. Continuamos a viver dependentes de bancos e banqueiros e de empresários, que nos exploram sem escrúpulos.
Não há democracia a sério, como diz o poeta, enquanto o povo não controlar e ter nas suas mãos os meios de produção e o lucro do seu trabalho ser aplicado para o bem-estar de toda a comunidade. Não tem que haver, como nos dizem, ricos e pobres, empresários e trabalhadores, porque assim haverá sempre exploradores e explorados. As comunidades, os povos e os trabalhadores, vivem cercados por esta democracia tutelada e instrumentalizada, por oligarcas que rodeiam e sustentam governos, ditos democratas, mas que são marionetes na mão destes agiotas, que controlam descaradamente os meios de comunicação social, a justiça dita independente, mas que sempre esteve e está ao lado desses poderosos, dos mafiosos e malfeitores e senhores das Guerras, que cada vez mais investem na corrida aos armamentos, em vez de alimentar a fome e as desigualdades sociais.
A humanidade, os povos e as nações, precisam de “destruir” este caminho, que nos é imposto por uma minoria que subordina a maioria aos seus interesses económicos, culturais e políticos que desfruta e se apropria da riqueza que os trabalhadores produzem.
A democracia que vivemos está demasiada institucionalizada e é gerida por “mandatários” que em nome do povo governam para si mesmo e para os grupos a que pertencem, sejam os partidos, empresas ou bancos. Não chega votar, opinar e reunir, a democracia é muito mais do que isso. A democracia sem pão, habitação, saúde, educação, fraternidade, solidariedade e participação cívica, é uma” ditadura” dos privilegiados sobre o povo e os trabalhadores.
A humanidade de tudo o mundo, têm que lutar, por uma verdadeira democracia avançada, onde os povos são os que mais ordenam sem capatazes, sem comandantes, sem mandatários e generais. UMA TERRA SEM AMOS É O FUTURO DA HUMANIDADE
Porto, 19 de fevereiro de 2025
José Maria Silva
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