Por Lúcio Lima, poeta maldito que atormenta Alfredo Soares-Ferreira
A NOITE DOS OUTROS
Aquela madrugada anoiteceu
triste e zangada.
Os meus amigos estavam lá
eu não estava com os meus amigos,
ocupado a preencher vazios,
a exorcizar fantasmas
e a evocar não sei quantas almas.
O porquê da noite repentina
(de contornos assimétricos)
vai para lá das exigências
e muitas incongruências.
O ar cheio de partículas
de medo e dor repartidos.
Veio (de onde?) o prior da freguesia
mais o doutor da confraria
dizer amém com a missa
do abade aristocrata
e do infame burocrata.
Sonham com uma noite mais negra,
de acordo com aquela regra.
Rejeito todas e mais algumas
Não preciso de nenhumas.
triste e zangada.
Os meus amigos estavam lá
eu não estava com os meus amigos,
ocupado a preencher vazios,
a exorcizar fantasmas
e a evocar não sei quantas almas.
O porquê da noite repentina
(de contornos assimétricos)
vai para lá das exigências
e muitas incongruências.
O ar cheio de partículas
de medo e dor repartidos.
Veio (de onde?) o prior da freguesia
mais o doutor da confraria
dizer amém com a missa
do abade aristocrata
e do infame burocrata.
Sonham com uma noite mais negra,
de acordo com aquela regra.
Rejeito todas e mais algumas
Não preciso de nenhumas.
Lúcio Lima
Julho 2025
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